quarta-feira, março 07, 2007

Borracha

Soa esquisito este. A borracha soa demasiado impura, demasiado vulgar para ser amor. É o que anda no fundo dos nossos pés, nos negros pneus dos carros, é o que usamos para apagar o que está errado. Comecemos por ai.
Brad surgiu para apagar uma paixão errada. Como todas as de Helen. As paixões. Ela sempre foi de mil e uma paixões e despaixões. O problema é que desta vez apagou mais do que queria. Já explico.
Brad era o rapaz que toda a gente queria, o pretty-boy, jock, e ainda inteligente. Helen, não se pode dizer que fosse feia e nunca teve um C na vida dela. Parece na maneira como eu descrevo que foram feitos um para o outro, mas não era bem assim. Apesar de parecer assim, isto é antes de adicionarmos ao quadro as roupas e as expressões e o cenário. Percebem o que eu digo? Pronto. Era assim. Até que o Brad se apaixonou por ela. Tempos engraçados esses, ela a trata-lo como outra qualquer paixão frustrada dela e ele a esculpir-lhe tronos no gelo que ela lhe atirava. O que ele conseguiu fazer foi apagar nela esse branco e essa apatia que ela vivia. Então, bocadinho por bocadinho ela foi-se desfazendo e sendo parte com ele. Formaram um novo conjunto inseparável. Separável mas sempre unido. Como a borracha dos elásticos.Cada um foi para universidades diferentes. Largaram em distância mas mantinham sempre aquele amor. O problema foi que nunca o quiseram reconhecer como tal. Esquivavam-se dobrando-se e contorcendo-se como só a borracha confere. Nem nunca assumiram que eram alguém na vida um do outro. É engraçado para mim dizer isto, porque apesar de os saber assim também os sei juntos. E sei que apesar dessas distancias e de se apagarem as identidades um do outro por viverem em conjunto, serão sempre postos juntos por aquilo que para sempre os unirá. A borracha. Se se vão apagar completamente ou se vão encontrar o verdadeiro nome para o que os puxa um para o outro, isso já não posso contar.

2 Comentários:

Blogger styska disse...

gostei :) consigo perceber o que disseste, vejo isso nalguns clichés. mas não quer dizer que esteja mau, eu gostei! gostei da ideia da borracha... da variância.

don't be so hard on yourself!

11:29 da tarde  
Blogger Gui disse...

Eu cá gostei da borracha! Percebi bem esse amor de borracha, no fundo no fundo acho que todos nós temos nas nossas relações um bocadinho de borracha: Temos de ter a capacidade de nos moldar, de atenuar algumas coisas mais vincadas e por vezes de esticar um bocadinho. O importante é não rebentar.

Espero ansiosamente pelo próximo ó (GRANDE) Peskas :P

12:27 da manhã  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial