domingo, outubro 30, 2005

Diálogo Apaixonado nº9

O mar estala mesmo à minha frente. Quando vem com mais força sinto a sua saliva na minha face mas não reajo com nojo. Seguindo a linha que me separa do mar, lá mais ao fundo uma coluna de fumo ergue-se em frente ao sol. O sol hoje queima mas eu sinto-me abençoado com o calor e não lhe fujo. Estou a tentar guardar o calor para a noite fria que aí vem. Tenho-lhe medo mas aceito-a com resignação. Já me habituei a levar com o frio depois de tanto calor. O pior é contigo. Quando vou ter contigo o sol brilha e nós brilhamos os dois ainda mais alto, abandono os teus beijo sem que o queira fazer mas faço-o com esperança, penso que depois de te deixar tudo vai ser diferente, tudo vai ser tão solarengo. Mas não.
A noite cai sobre mim pesada, angustiante. De repente tu desapareces. Escondes-te na distância que nos separa e abandonas-me neste frio da morte. E eu não te posso tirar daí, por muito que esbraceje, grite e chore tu recusas-te a sair dessa indiferença que vestes diariamente. Não posso de deixar de me sentir triste. Claro que gosto de ti, e sei que tu me devolves o sentimento, mas porque me ignoras assim? Não quero assim.
Sabes o que queria mesmo? Que perdesses o medo, podias perdê-lo, e depois podiamos construir tudo. Fazer um boneco de neve os dois, um castelo na areia. Fazermos algo, os dois, em conjunto.
Sentir o teu cheiro na minha mão por tu nunca a largares, arderem-me os lábios por não parar de te beijar, sorrir cada vez que visse um beijo por saber que só eu te posso beijar, mudar o teu rótulo para que nunca mais duvidar. Só queria que me ajudasses, eu n posso fazer tudo sozinho.
Perde o medo, vem dançar comigo na noite, talvez assim não tivessemos frio!

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