sexta-feira, janeiro 26, 2007

Espalhar o Nevoeiro

Sorri comigo só um bocadinho. Olha-me só mais 5 momentos. Respira-me só este instante. Teu. O instante? Sim o instante é teu, mas referia-me a mim. Custa-me tanto às vezes largar-te e ter de enfrentar o nevoeiro sem ti. Pensavas que eu gostava do nevoeiro? Também eu. Mas não gosto mesmo dele. Gosto-o a teu lado, porque nos torna invisíveis e porque te enfeita os cabelos e as mãos. Se calhar nunca reparaste, mas quando estamos assim juntos no nevoeiro, eu chego a sussurrar um pedido ao despertador. Que pedido? Que não toque e não me acorde, porque me pareces mesmo um sonho. Não me olhes assim. Eu sei que é mau pareceres um sonho porque os sonhos só duram uma noite, e eu já não sei adormecer sem ti, mas o branco esfumaçado a rodear-te traz-me lembranças dos sonhos contigo. Ah, pois é. Queres é saber porque é que não gosto do nevoeiro. Porque quando tenho que largar a tua mão ele parece fechar-se à minha volta para te esconder e tenho medo que desapareças nele. Abraça-me. Mas pensando bem não é o nevoeiro. É a tua ausência que torna tudo tão pequeno e sem sentido. Porque tu encantas o meu mundo de tal forma que quando ele se vê um bocadinho sem ti fica mais feio. Não percebeste? Tu és os meus óculos e eu vejo mal sem eles. Pior? Quando não te tenho o mundo fica difuso e desfocado, mas quando me aqueces o olhar tudo tem mais cor e mais definição, o que torna o mundo mágico aos meus olhos. Sem ti tudo é nevoeiro, mesmo que o sol esteja a brilhar no máximo do seu calor. Porque só o calor do teu abraço dissipa a humidade do meu mundo.


*com a pequena ajuda do António de Rodrigo Leão.

1 Comentários:

Blogger *Sphynx* disse...

:)

Doce de morango!

***

5:45 da tarde  

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