segunda-feira, novembro 27, 2006

Carta à Joana

Querida Joana,
Ol´q.Tenho saudades de falar contigo. Gostava que viesses mais vezes ter comigo à mesa de pedra para falar comigo. Tenho tantas coisas para te contar. Falar-te de ventoinhas e casas. Sorri. Sobre casas é que queria falar mais. Passei ontem pela casa onde a tua avó viveu, disse-me a minha. Eu já não sei nada da tua casa para puder contar aos meus netos. Como está a casa da Alemanha? Espero que ainda esteja tudo direitinho e que ainda vás lá muitas vezes.
Agora conto-te da minha casa. Lembras-te daquela casa que eu julgava assombrada para alguém viver lá? Que não conseguia entrar? Descobri que era eu que estava a fazer tudo errado. Deitei-a abaixo e estou a construir uma nova. E estou a adorar. Usando palavras tuas, "Hoje seria capaz de gritar tão alto a minha felicidade inocente, que até tu, que moras longe, a poderias cheirar." Com cada novo tijolo rejubilo de alegria e tudo é divertido. Posso não ter um telhado, ou sequer uma cadeira para me descançar, mas pelo menos sei que aquilo que tenho foi construido por mim e é meu. Não sei se também construiste a tua casa, nunca me chegaste a dizer. Estou preocupado porque vi a Amélia no outro dia, e não sei se o regresso dela era desejado, nem se veio na melhor altura. Queria-te falar da minha casa, contar-te todos os dias como estão as obras, se já tenho porta. Mas nunca estás na mesa de pedra, e quando estás perto estás demasiado ocupada para te sentar. Pode parecer que estou muito certo de mim, mas "juntos analisamos e tu ajudas-me a continuar a andar, a continuar a caminhar nesta estrada cheia de buracos". Mas eu compreendo que a tua estrada seja muito comprida e tu precisas de correr para a acompanhar. Mas sinto a tua falta ao meu lado.
Quando puderes, eu estou na mesa de pedra, pronto para falar de tudo sem falar em nada.
*
Diogo

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