Em quadros redondos
Espalhar as palavras na cabeça para que possam encontrar o seu lugar.
Amor fica em Amor. Poema arruma-se em tudo.
Tudo se arruma no papel de caneta e sangue na mão.
Já fui demente, hoje sou convencido e escritor.
Fotógrafo de máquina quebrada de vidros espalhados nos dedos.
Pintor de tintas diluídas, monocromático de cores explicadas,
de formas desmontáveis a cada medida de pincel.
Pinto em quadros redondos como um círculo. Como um ciclo.
Como um ciclo no qual o vermelho e o negro vem lavar os meus pincéis.
Pincéis cansados de bater no teclado,
pincéis duros e velhos de se empoleirarem num copo.
Hoje esqueci-me de pintar como o mar. Lânguido e fluido.
Hoje sou rocha, hoje sou duro e curto, hoje as frases caem no chão.
Pianista de teclas alfabéticas e do mesmo som.
Compositor de frases pouco melodiosas e duramente silenciosas.
Eu! Eu! De olhos cravados no mundo para o dar de mim.
De coração mastigado e engolido. De sorriso sincero e perdido.
Escrevo um círculo quadrado onde pinto poesia em prosa.
4 Comentários:
gosto quando surpreendes. e quando escreves com força. gosto! :)
eu passo aqui mesmo depois de já ter lido sei lá quantas vezes, mesmo depois de já te ter dito o que me fez pensar e sentir, e aquece-me o coração. Basta aquelas duas primeiras linhas para me prender e ter de ler tudo de novo. E até foi no bloglines vi aquele M a negrito e um unzinho à frente, e mesmo sabendo o que vinha, eu voltei e li tudo de novo. E voltou a rasgar-se o sorriso.
Reinventas-te a cada dia.
Um dia, há já algum (bastante) tempo escrevi um poema sobre o que sentia quando te lia, lembras-te?
Fazes-me sentir, sempre e também ao ler-te, a pessoa e a mãe mais feliz do mundo!
Acompanho como sabes a tua trajectória que faz todo o sentido e na qual sinto muito orgulho e admiração.
mamy
E pensava eu que pintavas só com palavras... :)
Tenho saudades de te ler, tenho pena que o tempo seja tão curto para tudo o que poderíamos fazer...
odlncdc*
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