Amar cedo
Pois foi. Cada vez tenho mais certeza disso. Foi cedo. Com 15 anos não se sabe amar. Mas eu quis. 10º ano. Escola fresquinha e sinal de idade adulta. Lembro-me da primeira vez que o vi. Olhos tímidos, sorriso traquina, as calças largas que me apaixonavam na altura. Os nossos nomes juntaram-nos. Quando disseram que iamos ficar por ordem alfabética pensei que me fosse calhar um traste qualquer, daqueles que chateia mais que ajuda. Mas adorei quando ouvi o meu Rita a seguir ao Ricardo dele. Chamem-lhe sexto sentido, chamem-lhe romanticismo barato, mas tive a certeza naquele momento que os nossos nomes iam ficar juntos bem mais do que naquela mesa.
E não foi preciso muito para andarem juntos em corações na última página de cadernos. Nesta altura vocês estão a pensar, "Ai que saudades das paixões da adolescência", pois também eu tenho saudades. Sorrio tanto a pensar nisso. Lembro-me daquelas pequenas coisas que fazia o coração disparar por nada. Chegar ao intervalo e ir a correr contar à Joana que ele tinha usado a minha caneta! Nem sei o que é feito dela. Devem pensar que eu não sei dar títulos. Isto não era amor. De todo. Numa noite mágica de uma festa na escola ele beijou-me. E cresceu dai. Fomos usando as mãos dadas, e usando o sorriso um do outro. Fomos crescendo em conjunto nesse ano de que mal me lembro o que se passou a não ser ele. Cartas, saudades, e prendas. Dia dos Namorados. Pela primeira vez senti-me adulta nesse dia. Chocolates, cinema. Não me lembro do filme mas devia ser uma comédia pirosa. Também ao que o devo ter visto. Por esta altura sempre que tinhamos o escuro do nosso lado aproveitavamo-lo em beijos e amassos. Sorrio com o uso desta palavra. Mas era mesmo isso. Começou tudo a evoluir, e então já com os meus 16 anos orgulhosamente ditos a toda a gente tomamos o último rumo.
Era Verão já e como sempre os meus pais não estavam em casa durante o dia. Saímos da escola sem almoçar e viemos directos para minha casa, aproveitando a sexta-feira livre. A porta do quarto fechada à chave. As roupas no chão rápido de mais. A urgência do sentir. O olvidar das precauções. Primeira vez, rápida e desenfreada. Mal me lembro. Continua sem ser amor, dizem vocês. Pois, esse estava para crescer.
Férias. Longas e sem um beijo. Regresso às aulas sem Ricardo na chamada. Não havia télemoveis nessa altura. Para meu sofrimento. E acabou assim. Nunca mais o vi, nem quis ver.
O amor? Esse nasceu em Fevereiro, no dia dos Namorados. Atirada para a idade adulta de vez. O amor, cedo de mais no meu colo. Cedo, mas o amor da minha vida.
5 Comentários:
E que lindo amor...cedo demais, é certo, mas se calhar, nunca é cedo para sentir todo esse amor:)
Um dia quero muito esse amor, para já, o meu é o maior do mundo:)
Um beijinho**
está lindo, olha recordações boas, nessa altura era tudo mais fácil, n se via do mdm modo as coisas.. por vezes julgava-se q se via mas dps até por vezes chegavamos à conclusão.. tb n sei se agr o saberemos, continuamos a acreditar q sim, mas a verdade é q enqto antes consideravamos as certezas desde o início, agora esse início aparece logo cheio de dúvidas.
e n disse nd de jeito, pois n? bahh esquece =X
concordo plenamente com a margarida! cedo demais, sem dúvida, eu tb quero mto sentir esse amor um dia, mas um dia daqui a mtoos anos! :)
sabes, escreves como ninguém! já to disse mil vezes, mas ao ler estas coisas mil vezes não parecem suficientes! surpreendes-me sempre com esse teu dom e com a criatividade que não acaba! e ainda bem :)
beijinho*
tive de voltar a ler. Uma vez e outra e outra.
Lindo demais
"E desde então se lembro o seu olhar é só para recordar , meus 15 anos e o meu primeiro amor"...
acho que este post ganhou banda sonora na minha cabeça.
Lindo*
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