terça-feira, maio 10, 2005

Imobiliária

Andar, não parar. Vejo casas bonitas chamando-me o conforto prometendo-me uma vida melhor. Não as posso comprar, não tenho esse dinheiro. Nem dinheiro tenho para as alugar, limito-me a ve-las. Passeio-as, olho cada detalhe, cada acabamento. Algumas estão já habitadas, mas apesar de tudo olho-as na esperança que os donos saiam porta fora para me deixar entrar. So o fariam por muito dinheiro, mas eu n tenho esse dinheiro, não tenho dinheiro.
Acabo por viver numa casa de outrem, emprestada por uma noite. A generosidade abre-me as portas vãs. Não chego a domir, não chego sequer sentar-me, nem o desejo. Repelem-me estas casas alheias, não por serem toscas, não por estarem decoradas ao gosto de outrem, mas porque não são minhas, não tenhos dinheiro para as comprar.
Não peço uma mansão, nem a quero tão pouco. Uma casa só. Enquanto não a tenho vou andando, nunca parar.

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