domingo, julho 13, 2008

Objecto de Amor nº1 - O beijo [Remake]

Vermelho. Vermelho espalhado sem padrões numa espécie de dança que faz voar. O silencioso toque quente e molhado que se grita em todo o ar. Num lânguido respirar sentido no limiar superior do lábio começa-se a dança. Movimentos, sussurros, afagos e suspiros constroem em pequenos tijolos de amor o salão onde se dança. Há olhares e carícias que acompanham num sem fim de amor. E aquele som. O som inconfundível da paixão. O desenlaçar de quem não se quer deixar de tocar mas que se toca em sabores e cores maiores que o seu peito. Um som sibilante carregado de tudo o que aquece o peito. De uma profundidade variável conserva-se um sentimento universal. O sentimento do beijo. Universal. Entre todas as cores do guloso aproximar de lábios. Um sabor universal na universalidade de condimentos. Beijo de manhã ou da cavada noite. Beijo ternurento dos frios lençóis de uma noite de inverno. Beijo quente na árida face de um dia de verão. Beijo gelado de final de discussão. Fugaz encontro de bocas mas que enche todo um corpo. Durador tocar de lábios que desgasta um coração. Inspiração vermelha no descolar do beijo. Luz irradiada no reencontro da pele pintada de outra cor. Luz vermelha a do amor. Amor vermelho o do beijo.