domingo, julho 16, 2006

Apartarte

Gravar-me e escutar-me. Pegar nisto e escreve-lo sem olhar para o que sinto. O que sinto é talvez nada mais que o calor de um sol imundo afastado pelo vento da distância. Depois vem-me o espanhol à cabeça. Apartarte. Desfazer-te em partes como me apeteça. Uma parte de sorriso, uma parte de sorriso banhado a lágrimas, uma parte de lágrimas, uma parte de dentes a ranger. Parto-te assim, e fecho cada parte num cofre. Depois, à noite enquanto o gato da frente me olha arregaçado, abro os cofres, um em cada noite como os chocolates de natal. Mas é a tua face que encontro gravada em todos eles, não há brinquedo que te substitua, ou doce que te eclipse. E deixo-te sair, partes diferentes em cada dia claro, deixo-te sair e cada parte voa à minha frente fazendo danças ou caretas, ou até mesmo gestos obscenos. Mas não te irrites com as minhas metáforas sem sentido. Sentidos são os que te trazem, o que escrevo não são mais que imagens sobrepostas que vão do grotesco ao enternecedor na esperança de criar uma reacção. Não bebas as minhas palavras, porque são-te amargas e enchem-te de raiva. O líquido que de mim emana é puramente decorativo, como o sangue espalhado num filme, ou o chão que bebem os actores fazendo-o passar por whisky. Gostava que sorrisses agora, porque eu sorrio. Sorrio antes de daqui a nada ir libertar do cofre a parte que corresponde ao teu sorriso. Tatua-o na tua cara, porque essa parte vou guardá-la bem.

quarta-feira, julho 05, 2006

Txiclas

Obrigado. Por tudo. Tudo o que me deste até hoje. Acho que nunca direi vezes suficientes obrigado por tudo o que me deste. A realidade é que a distancia separa-nos bem mais do que eu gostaria, bem mais. Mas há um sitio que nos une. Felizmente. Há um sitio que é tudo para mim e para ti. Mas a sua essencia somos nós, tu e eu e todos. Todos somos aquela familia, aquela familia pela qual sou teu primo, aquela familia que te faz ser bem mais que prima de sangue.
Os momentos mais memoraveis que tenho de mim tenho-os contigo lá a maior parte das vezes. Um aniversário de 24 horas que passamos juntos, numa noite inesquecivel, com um pequeno almoço inesquecivel. Uma viagem a Lisboa como nunca tinha sido, uma noite na cruzinha, o Uno com calimocho's, viagens no 23,o autocarro e o de papel. Um conjunto de sorrisos meus e teus.
Mas também há lagrimas, tuas e minhas. As sasonais da partida a que já nos habituamos, as de dor e de perda que em comum partilhamos. Mas espero que sempre no fim seja como aquele chegar na segunda feira de festa, com um cobertor às costas enquanto toda a gente saia de casa, nos chegavamos e sorriamos a nossa felicidade. Que a felicidade te sorria, e que o teu sorriso se encha sempre de felicidade. Parabéns.